quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Alpiarça dos Inícios do Século XX - A Rua Direita

Depois de uma ausência motivada por questões profissionais voltamos a descobrir mais um pouco da nossa história.

Através da foto do cliché de Joaquim Pratas podemos “visitar Alpiarça” dos inícios do século XX. Aqui podemos observar a “minha rua”, a rua José Relvas ou Rua Direita, na zona da Escola Primária Visconde Barroso.

Nesta época Alpiarça vivia o alvor dos ideais republicanos, foi palco nos últimos anos da Monarquia de vários comícios de propaganda republicana contra a ditadura de João Franco.

Para o povo em geral, a ideia de República era o sair de uma crise, uma cíclica miséria que há data existia em Portugal.

Alpiarça, em inícios do século XX, via-se afectada por uma crise vinícola; havia um excesso de produção de vinho, em resultado do grande plantio após o combate da “Filoxera” doença que no século XIX arrasou as vinhas ribatejanas.

Devido à grande produção, o vinho tinha preços muito baixos e era pedido por parte dos agricultores que o vinho fosse comercializado a preços mais elevados, medida que a Monarquia não conseguia resolver.

Em toda a região existia crise de trabalho, os salários eram baixos, havia fome e pobreza e tanto para os lavradores como para os trabalhadores, a república era sinónimo de melhores dias e resolução de todos os problemas da população.

Em 1907 “o grito de guerra” pela República parte de Alpiarça e depressa chega a várias povoações rurais.

Quando João Franco pretende impor ao país a sua política económica vários cidadãos de Alpiarça fazem frente e uma grande resistência pelos campos da Estremadura.

Em 1907, aquando da jornada republicana pelo Ribatejo, é em Alpiarça a 13 de Junho, que se dá uma das maiores recepções feitas aos republicanos: João Chagas, Alexandre Braga, António José de Almeida, Bernardino Machado e João Menezes.