Alpiarça é sem sombra de dúvida uma região muito rica em património arqueológico. Há ainda muito por descobrir em todo o concelho. Só com estudo e investigação poderemos realmente ter o máximo de informação para o conhecimento efectivo da História Antiga de Alpiarça.
Em Alpiarça conhecem-se necrópoles da Idade do Bronze Final, são as estações do Tanchoal e do Meijão. Do panorama cultural que estas duas estações nos transmitem, destaca-se o substrato autóctone, principalmente no que diz respeito à Idade do Bronze do Sudoeste.
O ritual funerário que se utilizava nestas necrópoles, era a incineração, as cinzas daí resultantes, eram colocadas em urnas de cerâmica. É neste ritual que está a diferença, sem antecedentes locais, que poderá ser explicada como consequência de contributos de outros povos que vieram, por via continental, até estas paragens.
Os campos de urnas (necrópoles) apresentam materiais cerâmicos (urnas onde se faziam as incinerações) na sua maioria de englobe cinzento-escuro, apresentando diversas formas, estas urnas encontradas nestas estações, deram origem à designação de “cerâmica de Alpiarça” e também de “Cultura de Alpiarça”, que é conhecida por todos os investigadores de Arqueologia.
"There are more things in heaven and earth, Horatio,
ResponderEliminarThan are dreamt in your philosophy."
(Hamlet)
Claro que há muito por descobrir, mas também há muitos materiais que passam totalmente despercebidos ao cidadão comum... e o entendido no assunto não conhece o terreno e não pisa os torrões. A este propósito, permita que apresente aqui uma informação de penso ser de grande importância, no contexto do artigo:
Nesta época do ano, em grandes extensões agrícolas, em várias regiões do País, procede-se ao arranque da batata por via mecânica. Ora, muitas dessas máquinas fazem a separação das batatas dos resíduos, que são armazenados temporariamente em tremonha própria. Quando cheia, o operador abre a tremonha (normalmente nas cabeceiras)largando os resíduos, incluindo artefactos pré-históricos. Cerâmica nunca vi, só material lítico, principalmente em quartzito lascado. Só eu, até aos dias de hoje é que percebi esta situação?!
Esses resíduos, na maioria das vezes, são reincorporados por grade de discos, aquando da preparação da cultura seguinte. Mais grave é quando o agricultor, limpa o terreno e usa os resíduos, como entulho de enchimento, numa obra ou nos buracos de um caminho rural.
Tive ocasião de verificar a existência de espólio, não só em Alpiarça (o que mostra que, na Pré-História, havia actividade em áreas mais abrangentes do concelho) mas também nos concelhos de Almeirim e de Salvaterra. Creio que, neste panorama, se deveria actuar na época da colheita, sem impedir a actividade agrícola (dada a importância e a extensão das áreas em causa; em solo agrícola dificilmente os materiais se encontram nos seus estratos originais) procurando salvar e referenciar esse património. Agora, não estou certo da capacidade e interesse do IPA num projecto deste tipo, pela sua extensão geográfica e carácter de urgência. Penso que só terá pernas, enquadrado em acções locais (OTL, voluntariado, etc.) conhecendo o terreno e em entendimento (nem sempre fácil)com a agricultura.
Naturalmente, pela sua formação e interesse pelo nosso património(julgo estar certo) será que poderia, de alguma maneira, liderar algum projecto que pudesse salvar aqueles materiais? Aqui fica o desafio. Senão, espero pelo menos que faça chegar a minha informação-problema a quem de direito.
Olá Nuno, finalmente consegui visitar o teu blogue! Parabéns, Alpiarça merece!!!
ResponderEliminarOlá Nuno, tudo bem contigo? Espero que sim.
ResponderEliminarOlha gostaria de me pudesses ajudar na seguinte dúvida.
Sempre ouvi chamar ao nosso rio, a Vala de Alpiarça ou canal de Alpiarça.
Porque raio é que apartir de deterninada altura passou a chamar-se Vala Real??
Que eu saiba Vala Real existe em Salvaterra de Magos, aqui não. Era lá que o rei passeava e caçava e não aqui.
Estou certa? Gostaria que me disseses ralmente como é
bjos da amiga
Ana Paula
Olá Nuno
ResponderEliminarContinuo à espera do teu esclarecimento acerca da minha dúvida em relação à Vala de Alpiarça.
Ana Paula